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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Afinal... quem é o PAPAI NOEL?


Papai Noel... Santa Claus... Saint Nicholas... Père Noel... Sinterklaas… Father Chrismas… Kris Krigle…

Na verdade, estas figuras representam a mesma pessoa.

A diversidade de nomes deve-se à maneira com que cada povo, ao longo da História, acostumou-se a chamar esse simpático e rosado velhinho de barbas brancas que, especialmente para as crianças, é sinônimo de Natal.

Ao contrário do que se possa crer, Papai Noel, como esse personagem é conhecido no Brasil, não é uma criação comercial.
Sua origem se perde no tempo e, para muitos, não passa de uma imagem legendária, produto do imaginário popular. Há, porém, os que vinculam a figura de Papai Noel à do bispo São Nicolau, que teria vivido na cidade de Mira, na Ásia Menor, no século 4. “Atribuiram-se a ele vários milagres, mas o que marcou definitivamente foi sua bondade e a prática de distribuir presentes entre as crianças”.


Nasceu daí uma devoção que se espalhou na Idade Média por toda Europa, originando a figura estilizada de Papai Noel, que toda madrugada do dia 25 de dezembro entra sorrateiramente nas casas, carregando um enorme saco às costas, para depositar sob a árvore de Natal presentes às crianças que se comportaram bem durante o ano. Há países como a Polônia em que os presentes são distribuídos às crianças no dia 6 de dezembro, data do nascimento de São Nicolau.
“A primeira vez em que se mencionou a figura de Papai Noel foi no livro Uma Visita de São Nicolau escrito em 1823, pelo inglês Clement Moore”. Na obra retratava-se a figura de um velhinho que vivia andando num trenó, puxado por renas. Esse ambiente invernal acrescido do fato de São Nicolau ser visto apenas no período natalino, deu origem à idéia de que ele deveria viver numa região muito distante e isolada do planeta. Daí a escolha do Pólo Norte como sua morada. Foram os Irlandeses que agregaram a essa figura entes pagãos, como os gnomos, transformando-os em ajudantes, de Papai Noel, na fabricação dos brinquedos a serem distribuídos nas comemorações natalinas.

Em 1866, o cartunista norte-americano Thomas Nast resolveu dar formas ao personagem relatado no livro de Moore e desenhou, no Harper’s Weekly, um velhinho bonachão, de barbas brancas, muito semelhante ao estereótipo do vovô bondoso, que acabou se transformando na figura oficial de Papai Noel. As roupas vermelhas só foram acrescentadas no início deste século por meio de uma campanha publicitária feita no rótulo de uma grande marca de refrigerante.

Mas o verdadeiro Papai Noel é aquele que ama a Jesus de todo seu coração e dá presentes em nome dEle, fazendo de tudo para que as pessoas (especialmente os necessitados) louvem a Deus pelas dádivas recebidas. E, é também o desejo que as pessoas, de forma geral, conheçam a Deus, aprendam a dar, a amar e a cuidar dos outros como Jesus fazia.

PAPAI NOEL ÀS AVESSAS




Papai Noel entrou pela porta dos fundos
(no Brasil as chaminés não são praticáveis),
entrou cauteloso que nem marido depois da farra.
Tateando na escuridão torceu o comutador
e a eletricidade bateu nas coisas resignadas,
coisas que continuavam coisas no mistério do Natal.
Papai Noel explorou a cozinha com olhos espertos,
achou um queijo e comeu.
Depois tirou do bolso um cigarro que não quis acender.
Teve medo talvez de pegar fogo nas barbas postiças
(no Brasil os Papai-Noéis são todos de cara raspada)
e avançou pelo corredor branco de luar.
Aquele quarto é o das crianças
Papai entrou compenetrado.
Os meninos dormiam sonhando outros natais muito mais lindos
mas os sapatos deles estavam cheinhos de brinquedos
soldados mulheres elefantes navios
e um presidente de república de celulóide.
Papai Noel agachou-se e recolheu aquilo tudo
no interminável lenço vermelho de alcobaça.
Fez a trouxa e deu o nó, mas apertou tanto
que lá dentro mulheres elefantes soldados presidente brigavam por causa do aperto.
Os pequenos continuavam dormindo.
Longe um galo comunicou o nascimento de Cristo.
Papai Noel voltou de manso para a cozinha,
apagou a luz, saiu pela porta dos fundos.
Na horta, o luar de Natal abençoava os legumes.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE